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Tudo Sobre Tetra Neon Cardinal


O Neon cardinal (Paracheirodon axelrodi) é um dos peixes ornamentais mais conhecidos e utilizados no mundo aquarístico, sua fama se iguala à dos Kinguios (Carassius auratus), Bettas (Betta splendens), Lebistes (Poecilia reticulata), etc. Também por ser notoriamente conhecido, circulam muitos boatos e mitos a seu respeito, justamente por isso, este texto tem como objetivo esclarecer estes equívocos e oferecer informações sobre a ecologia e comportamento deste peixe de tamanha beleza. Esta espécie foi descoberta por Hebert R. Axelrod na década de 50 e como uma forma de homenagem seu epíteto específico é axelrodi onde o "i" acrescentado dá a indicação de masculino. Pertence à família Characidae, que é a mais complexa e numerosa da Ordem Characiformes, devido à complexidade da família não é possível caracteriza-la somente com atributos externos e facilmente observáveis. Via de regra apresentam o pré-maxilar não protátil e nadadeira adiposa normalmente presente. Possui como característica principal a faixa neon, que percorre seu corpo horizontalmente e termina na base da nadadeira adiposa, e o ventre vermelho. É de origem sul americana e está amplamente distribuído desde o Orinoco (Venezuela), pelo rio Vaupes e o norte e leste do rio Negro até o noroeste da Colômbia. Vive em águas ácidas, cujo pH pode ser até menor que 4.0, quentes, moles e na maior parte escuras. O macho é menor, possui o ventre mais magro, retilíneo e apresenta uma pequena modificação no primeiro raio da nadadeira anal que se assemelha ao formato de um gancho ou anzol. Já a fêmea é o contrário é maior e possui o ventre volumoso, roliço, principalmente em época de desova. Podem atingir cerca de 5 cm quando adultos, são peixes cardumeiros e pacíficos e nadam à meia água e no fundo do aquário. Qual a melhor alimentação para o Neon Cardinal? Na natureza a espécie se alimenta de microcrustáceos e larvas de quironomídeos (Chironomidae, Diptera), enquanto ingestão de algas é pouco freqüente. Como são onívoros acabam comendo de tudo, então é importante acrescentar alimento vivo à sua dieta pelo menos uma vez por semana, podem ser daphnias, artêmias, enquitréias, larvas de mosquitos etc. Outra coisa necessária que muitos aquaristas acabam não fazendo é adicionar ração a base de vegetais / algas à sua dieta para oferecer uma maior variedade de nutrientes. Como ocorre a reprodução? Já foi feita em cativeiro? O neon cardinal é uma espécie ovípara, são considerados disseminadores livres, pois a fêmea libera os ovos na água e o macho nada em volta fertilizando-os. Os ovos eclodem em 19 a 20 horas quando mantidos em temperatura entre 25 e 27ºC, após três ou quatro dias da eclosão os alevinos já consumiram o conteúdo do saco vitelino e começam a nadar. O alevino possui uma glândula adesiva grande no topo da cabeça que o ajuda a se prender no substrato ou nas folhas de plantas. Isso evita que sejam arrastados pela correnteza e se dispersem ficando desprotegidos e tendo como consequência a morte por predação. Entre os peixes desta espécie não ocorre o cuidado parental e a partir do momento em que os filhotes apresentam nado livre pode-se dar rações específicas para alevinos de ovíparos e alimentos vivos como náuplios de artêmia, conforme os filhotes forem crescendo alimentos vivos maiores podem ser oferecidos. Os filhotes só começam a apresentar as cores características da espécie com aproximadamente duas semanas de vida. Recomenda-se usar filtro interno de espuma ou então colocar perlon na entrada de água do filtro externo para evitar sugar os filhotes quando em aquários próprios para reprodução. A partir do 6 meses de idade e pouco mais de 2cm de comprimento, os cardinais já estão aptos a reproduzir. A reprodução do neon em cativeiro não é impossível como muitos dizem, apenas exige mais atenção aos parâmetros da água e cuidados com o aquário do que com os outros tetras, mas a maioria absoluta dos neons encontrados para a venda no Brasil são coletados diretamente da natureza. Na Europa e Ásia a reprodução deles em cativeiro já vem sendo praticada por anos.

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