Especial Kinguios

História


    Diz-se que foi PO WU CHIC, quem, no século III, pela primeira vez mencionou um peixe que pode  considerar-se como o que hoje conhecemos como "Carassius auratus". Contou que em um rio (Li-Po-Se) existia um peixe com "ouro na cabeça". Também se conhece um poema do ano 1030 chamado "Poema ao pagode das seis harmonias", onde se diz:

    "No poente, apoiado sobre a varanda... esperei o Kin-Tsi-Yu..."

    O KIN-TSI-YU (ou CHIN-CHI-YU) era a denominação do peixe chinês.

    Alguns investigadores entendem que a criação destes peixes começou na China, durante a dinastia Tang (618-907). Para o ictiólogo Shi-Shan Chen, a domesticação do Carassius auratus se iniciou no período da dinastia Sung (960-1278). Por outro lado, no livro T'ing Shin (ano 1200) com certo ar de segredo afirma que "... o melhor peixe dourado é o KIN-TSI-YU (...). Os exemplares que possuem três e nove caudas, e que são brancos com manchas de cor vermelho-cinabre, devem receber como alimento pequenos insetos vermelhos e alimentar-se assim durante 100 dias, depois do que começarão a transformar seu colorido. Primeiro, em branco prateado, logo amarelado, para chegar com o tempo ao dourado. Para obter peixes dourados com cauda TSI, ou pentapartidas, recobrem-se os ovos com um grosso caranguejo. Agindo assim, se obtém peixes extraordinários. . . "

    Face aos antecedentes citados, Schieris afirma que a primeira notícia oficial acerca da criação de peixes na China, remonta ao ano 1369 (começo da dinastia MING), quando o imperador Hung-Wu fundou uma fábrica de porcelanas que incluía fornos para produzir peixeiras (aquários) denominadas Vasos Dragão, por sua decoração. O imperador Kia-Tsing  (1522) tinha tal afeição pelos peixes que teve 300 destes vasos peixeiras. Também existem registros de que haviam peixeiras nos templos budistas da época.

    No período 1560-1600, na famosa "Matéria médica" (PEN - TAO - KAN - MU), de LI-SHIH-CHEN, aparece uma curta seção dedicada ao peixe dourado, onde se afirma que os peixes de escamas vermelhas foram observados já na dinastia Tsin (265-419), porém que a domesticação foi muito posterior, com o nome de KIN-TSI-YU. Ademais, se mencionam quatro variedades: LI, TSI, TSIN, TSU.

    Por volta de 1590, se sabe de variedades de cauda dupla. O primeiro tratado especializado em peixes chineses é o CHI-SHAYU-PU (O livro do peixe vermelho), escrito por CHANG-CHI'EN-TE, em 1596, onde se ministram conselhos para trocar a água e sifonar o fundo do aquário, para eliminar as impurezas.

    No Japão, a criação de peixes dourados é atribuída aos criadores próximos de OSAKA, no ano 1571 (segundo ano de Bunki). Oficialmente, se reconhece Sato Sanzaemon como o primeiro criador japonês (1704), que se instalou em Koriyama. Ainda existiria esta criação, administrada por seus descendentes.

    As espécies que passaram ao Japão, receberam tratamentos especiais, que originaram as principais variedades atualmente conhecidas. Os japoneses (divulgando "os segredos chineses") mostraram esses peixes ao mundo ocidental; tanto que Madame POMPADOUR, a favorita do rei LUÍS XV, recebeu alguns de presente. Têm-se notícias da comoção produzida na corte francesa, a tal ponto que todo cortesão ou acomodado, criava peixes chineses em um globo de vidro, ou num tanque no jardim.

    Os jesuítas de Pequim, enviaram ao secretário de Estado da França, em 1722, um pergaminho com reproduções em cores e tamanho natural,  de 92 peixes, entre os quais figuravam sete variedades de Carassius, a saber: 1) peixe vermelho comum; 2) peixe ovo; 3) olho de dragão (telescópico); 4) Dorminhoco; 5) Brincador (devido a uma deformação da coluna vertebral; 6) Ninfa.

    Os peixes chineses sem a nadadeira dorsal foram obtidos recentemente, no princípio de 1700. Em 1780, em um tratado publicado por MANTENER e SABATIER, adornado com magníficos desenhos, figuram umas 66 variedades distintas.

    Origem do nome

    A denominação genérica Carassius foi utilizada pela primeira vez por Conrado De Gesner (1516-1565), em sua Historia Animalum, da qual CUVIER disse que pode considerar-se como a base da zoologia moderna. Carassius deriva de "karas" (charax), que era o nome de um peixe da antiga Grécia.

    Hoje é conhecido pelas denominações de goldfish, peixe de ouro ou peixe dourado, peixe japonês ou Kinguio.

    Classificação:

  • Ordem: Cipriniformes
  • Família: Ciprínidios
  • Gênero:Carassius
  • Espécie:Carassius auratus (L.)

    A forma original parece ser uma mutação mais colorida do Carassius auratus selvagem ou da subespécie Carassius auratus gibelio.

    O aquário:

    Tornou-se o peixe de aquário mais difundido no mundo inteiro. É bonito, relativamente fácil de cuidar, habita tanto em tanques ao ar livre como em aquários de interior, tolera e vive bem em temperaturas baixas.

    Quanto ao tamanho, podem superar os 17 cm em condições adequadas e viver muitos anos.

    Os peixes de água fria são, geralmente, mais volumosos que os tropicais de mesmo comprimento. Por tanto, requerem mais oxigênio, já que possuem mais matéria orgânica em seus corpos. A isto podemos acrescentar mais estas características:

    Os peixes de água fria, de mesmo comprimento, produzem mais detritos.

    O aumento da temperatura, no verão, não provoca maiores inconvenientes para os peixes tropicais, acostumados a tais variações de temperatura, porém nos peixes de água fria produz-se um aumento do regime metabólico e o consumo de oxigênio se eleva ao dobro a cada 5°C de aumento da temperatura.

    O erro de supor que os peixes de água fria requerem menos oxigênio que os tropicais, parte do princípio de que a quantidade deste gás na água aumenta à medida que baixa a temperatura (assim, a 10°C há 11,2 mg./litro, porém a 25°C a concentração baixa a 8,3 mg./litro).

    É por estas razões que os entendidos em Carassius opinam que estes peixes requerem o dobro da superfície na parte superior do aquário, para que a água possa absorver mais oxigênio, em comparação com o requerido pelos peixes tropicais de igual comprimento. Por isso mesmo, a regra de um litro de água por cada cm de comprimento do peixe deverá mudar para dois litros de água por cada cm de comprimento do peixe.

    É aconselhável um aquário de mais de 100 litros, decorado com areia grossa e pequenas pedras. Os peixes dourados são nadadores lentos e indolentes e podem machucar-se com as pedras se estas apresentam alguma zona cortante. A água deve ser muito oxigenada e bem filtrada, Os peixes adoram fuçar no fundo e remover todo o sedimento que ali se deposita. Apesar disto, se queremos ter êxito na sua reprodução é uma boa idéia trocar parte da água semanalmente.

    Preparação do Aquário

    O peixe dourado é dos chamados "escavadores" por seu costume de revirar o fundo em busca de alimento; um exemplar grande, por exemplo, facilmente deixará sem pedras um setor do aquário ou então deixará livres as raízes das plantas descobertas se estas não tem um comprimento muito grande ou não se tomam certas precauções. Nesse caso, e se o aquário em referência utiliza filtro biológico de fundo, o ciclo de filtragem será interrompido. É recomendável colocar uma rede plástica no fundo, próxima às placas do filtro e recoberta pelo restante do substrato (é o mesmo princípio utilizado em aquários marinhos e facilmente encontrada em lojas de aquários).

    Composição do fundo

    Pelo dito acima, o aquário dos Carassius não deve conter terra, já que turvaria notavelmente a água. Entretanto, já que não é possível eliminar a tendência natural escavadora do Carassius, o melhor é colocar no fundo uma camada de pedras arredondadas de rio de 1 cm ou maior, para evitar que eles se firam nas arestas cortantes e fiquem vulneráveis aos fungos. Acima desta camada pode ser colocada uma faixa de areia fina e branda de rio, de cor escura, pois os Carassius costumam escavar o solo olhando para ele, de modo que os fortes reflexos produzidos por areias muito claras poderiam dar lugar a reações inconvenientes. Além disso é sabido que um fundo escuro realça notavelmente o colorido dos peixes.

    Qualidade da água

    Deverá ser evitada a colocação de qualquer objeto, areia ou pedras calcáreas, que podem contribuir para endurecer e alcalinizar a água excessivamente, pois como todos os ciprinídios, o Carassius requer água branda (DH= 6 a 8º) e ligeiramente ácida (pH= 6,6).

    Os Carassius são muito suscetíveis ao cloro presente na água, que produz inflamações das brânquias. Por esta razão, será necessário aplicar um forte desclorificante na água que está sendo trocada, deixando-a descansar o bastante para ter certeza que não contém mais cloro. Também será necessário utilizar uma forte aeração com bolhas pequenas para ser mais eficiente.

    Geralmente o aquário para Carassius não deve conter adornos de nenhum tipo, exceto troncos bem lisos e sem arestas, pois estes poderiam produzir danos nos peixes, especialmente nos peixes com grandes nadadeiras e caudas e também quando pretendemos colocar peixes da variedade telescópio ou bolha, com escassa visão e de movimentos torpes e lentos.

    Filtros

    A colocação de filtros é de imperiosa necessidade, devido à grande quantidade de detritos produzida pelos Carassius e a tendência de revolver o fundo em busca de alimentos, o que turva notavelmente a água. É aconselhável utilizar um filtro com o dobro da capacidade de um aquário normal de mesma capacidade.

    Temperatura

    Apesar do Carassius admitir uma variação de temperatura entre 2 e 22º C, a temperatura mais adequada para sua manutenção é em torno de 18º C.

    A temperatura deve oscilar entre 15 e 22º C. Se ultrapassamos estes limites os peixes sofrem estados totalmente opostos. Na água demasiado fria o peixe permanece quase todo o tempo no fundo do aquário devido ao esfriamento de sua bexiga natatória e a diminuição de seu metabolismo o faz cair em um estado de letargia. Se, ao contrário, suportam temperaturas muito elevadas sofrem de uma certa anóxia (falta de oxigênio), e seu metabolismo acelera-se em demasia.

    No verão, durante os dias muito quentes, é conveniente colocar um saco plástico com cubos de gelo, flutuando no aquário para levar a temperatura a 15-16º C. Veja aqui como construir um refrigerador com célula Peltier, e aqui como fazer um refrigerador econômico.

    Os criadores que empregam este método asseguram que o desenvolvimento é superior e a tendência a desenvolver doenças diminui. Outros autores se opõem terminantemente a este procedimento, pois com ele se corre o risco de que os peixes se "resfriem", pela mudança brusca de temperatura. Ora, podemos utilizar este método, desde que as mudanças de temperatura sejam graduais; se seu orçamento permitir, empregue um refrigerador de aquário para manter temperaturas constantes mais baixas nos dias quentes.

    Hibernação

    Em seu meio natural, os peixes e as plantas estão submetidos às mudanças sazonais. a diminuição da temperatura no inverno, permite ao peixe tirar umas verdadeiras "férias", reduzindo-se neste período a atividade metabólica.

    Este repouso natural é eliminado se no aquário se mantém uma temperatura, iluminação e alimentação constante todo o ano. É por esta razão que, no inverno, de deve procurar deixar uma temperatura média de 12º C, com uma variação entre 10 a 12º C, podendo chegar até 4º C (até menos) ocasionalmente.

    É óbvio que  enquanto este repouso tem lugar, deve-se evitar a reprodução dos peixes. Nos Carassius, a fase de hibernação adequada, permite ao peixe que ele seja ativo sexualmente durante todo o ano, já que este possui muita energia no verão.

    Durante a hibernação, terá que reduzir assim mesmo, a intensidade da iluminação, o número de plantas e cortar sua folhas amarelas. Deverão ser eliminados com mais frequência os resíduos alimentares e detritos. Colocar filtro de placas, para produzir uma contínua sucção da água através da superfície do fundo, levando oxigênio a estes lugares, evitando assim a proliferação de bactérias anaeróbicas da putrefação. Deve-se levar em conta que ao diminuir a luz e o número de plantas, se reduzirá a absorção do CO2 e, com ela a fotossíntese, que ajuda a eliminar os produtos da putrefação e da fermentação. Também terá que reduzir a alimentação a não mais que uma ração diária.

    Alimentação

    Os Carassius comem praticamente de tudo, a tal ponto que, com certo exagero, alguns tem afirmado que estes peixes podem partilhar a comida de seus donos (porém não faça isso !). A dieta deve ser mixta , combinando alimento "vivo" (Daphnias, Tubifex, Minhocas e Artêmia salina) com alimento preparado. Este último não deve ser de granulação muito fina, pois poderiam não ser ingerida pelos peixes adultos e cairiam no fundo, onde iriam apodrecer, contaminando a água.

    Os Carassius comem grande quantidade de matéria vegetal, porém só digerem uma pequena parte de seu conteúdo (algumas matérias graxas, vitaminas, açúcares, etc.). A dieta fundamental deve ser formada por vitaminas, proteínas, matérias graxas e em menor proporção hidratos de carbono.

    Aceitam todas as variantes desde que tenham o tamanho adequado. Flocos secos, peletes, floating, sticks, alimento vivo, congelado, etc.

    Iluminação

    O Carassius requer muita luz e de preferência, deve receber alguma luz solar, pela manhã. Uma iluminação artificial prolongada, reduzirá sua vitalidade e desbotará suas cores.

    Plantas

    O aquário para Carassius não deve conter plantas que sejam facilmente desenterradas, devido à comentada mania do peixe de fuçar no fundo, escavando-o. Portanto deverão empregar-se plantas que se enraízem fortemente na areia, ou seja estas plantas devem possuir raízes (Vallisneria, Echinodorus, Saggitaria). Para que o peixe possa levar a cabo seu costume de mordiscar, se recomendam Elodeas, Cabombas e no geral, plantas de folhas macias.

    Em alguns textos recomenda-se não colocar plantas no aquário e no máximo deixar algumas Elodeas flutuando. Sem dúvida, outros entendem que não deve ser assim, porque - na realidade - o aquário para estes peixes requer muitas plantas, pois, como já dissemos, Os Carassius produzem grande quantidade de detritos. Em consequencia requerem-se elementos que absorvam os produtos da decomposição destas matérias orgânicas, (nitratos, etc) e, neste sentido, as plantas cumprem com perfeição tal função, pois seu processo de fotossíntese incorpora tais materiais,pra produzir a síntese de matérias protéicas, graxas e hidratos de carbono.

    É óbvio que as plantas que melhor realizam esta função são as que deveriam eleger-se, pelo que deverá preferir as de crescimento rápido, pois esta característica indica que o processo de assimilação é intenso.

    Claro está que esta característica não é suficiente por si só e  que, além disso, as plantas escolhidas deverão desenvolver-se adequadamente à temperatura que deverão suportar, assim como à dureza e pH requeridos pela água adequada para a vida dos Carassius.

    As plantas que cumprem com este requisito são as seguintes:

    -Acorus.
    -Coratophyllum submersum: se desenvolve facilmente.
    -Cabomba: se desenvolve facilmente e dada sua fragilidade o Carassius a rompe em pedazos ao mordiscá-la. Se incorpora a sua dieta vegetal. Requer meia luz.
    -Elatina macropoda.
    -Elodea: boa se fica na sombra; é frágil; crescimento rápido porém é uma planta de curta duração, pois prefere águas duras).
    -Fontinalis antypiretica (é uma das melhores).
    -Hydrilla verticilata.
    -Lysimachia nummularia.
    -Myriophyllum verticilatum, o spicatum: se desenvolvem rapidamente).
    -Vallisneria Spiralis.
    -Saggitaria.
    -Ludwigia.
    -Bacopa.

    Como planta de adorno, podem ser colocadas algumas variedades de Aponogeton, que também são de crescimento lento, tem a virtude de ter folhas duras e muito fortes. Das plantas de superfície, a Lemna (lentilha de água) parece ser preferida à Salvinia e, de quebra, o Carassius gosta de  mordiscar a raiz desta pequena e simpática planta, que se propaga tanto que é necessário controlar sua quantidade, para que não diminua a absorção de oxigênio pela superfície da água.

    Para reduzir a intensidade luminosa pode empregar-se, assim mesmo, a Riccia fluitans que não possui raiz e que, com muito sol, forma bolhas de oxigênio que ficam retidas em sua massa por longo tempo. Cresce muito rapidamente.

    A Eichorna crassipes (camalote ou aguapé) não serve para aquários interiores, apenas para tanques externos, Morre no inverno.

    Tampouco a Azolla filiculoides e a Pistia stratiotes (alface d'água) servem para aquários interiores.

    O excesso de vegetação é perigoso, especialmente se há muita luz, pois o processo de fotossíntese será acelerado e não existindo quantidade suficiente de CO2, ele será separado dos bicarbonatos, que se transformarão em carbonatos insolúveis. Como a dureza depende de sais solúveis, se reduzirá, ou seja a água se tornará muito branda. ao mesmo tempo, o pH se elevará, podendo chegar ao caso extremo de produzir alcalose.

    Lembre-se que a plantação do aquário não deve impedir que os peixes nadem com desenvoltura, e deve ser formada por espécies de folhas duras e resistentes. 

    Reprodução em seu meio natural:

    Os peixes dourados são habitantes das águas frias de curso lento do continente asiático e se espalharam por todo o mundo, sendo uma das espécies animais mais cosmopolitas da atualidade. Sua reprodução no meio natural começa por volta de maio ou junho (na Europa), quando a água supera a temperatura de 20º C. Aqui seria no início da Primavera. Os lagos começam a esquentar depois dos rigores do inverno e entre os peixes se manifesta uma nova excitação que desencadeia o ritual reprodutivo. 

    A água de seu meio original é branda e com total ausência de qualquer substância química (cloro, por exemplo). Estes peixes toleram muito mal as águas com este produto desinfetante, e as que são  excessivamente duras.
    Superprodução em pisciculturas:

    Os Carassius são os peixes com maior distribuição entre os aquários dos aficionados. Trata-se de um grande negócio em escala mundial que tem dado lugar a grandes centros de reprodução massiva destes peixes. alguns dos maiores criadores ou piscicultores sào encontrados nos Estados Unidos, em Singapura ou no Japão. São instalações imensas que produzem milhares de peixes por dia.

    Como exemplo, em Martinsville, se encontra uma das maiores pisciculturas que produzem peixes dourados para aquários e lagos. São distribuidores de peixes para eliminar pragas de mosquitos. A instalação tem um volume de água similar a um mar artificial. Diariamente empregam 1.500 Kg de farinha de trigo para alimentá-los. Anualmente importam da China 20 toneladas de gema de ovo. a piscicultura conta com 350 depósitos de alvenaria de 20 X 6 m. 

    O transporte dos peixes é feito em caminhões tanque especiais, que contêm 5.000 litros de água e carregam 200.000 peixes.
    Manutenção em tanques:
    Os peixes dourados mantém-se bem em tanques.
    São os habitantes mais populares de tanques e jardins públicos, e além disso, muitos aficionados decidem criá-los em tanques particulares. Em um tanque os peixes dourados se desenvolvem bem e se reproduzem com facilidade. A única coisa que devemos levar em conta é que estão sendo submetidos às variações das mudanças de estações e a flutuação da temperatura. Quando chegam os meses mais frios os peixes vão para o fundo do tanque e permanecem em um estado de letargia ao esfriar-se sua bexiga natatória e diminuir seu metabolismo. Com a chegada da estação mais quente os peixes recobram sua atividade, que inclusive se verá acentuada pelo afã reprodutivo que é estimulado pelo aumento da temperatura.
    O tanque:
    Se não dispomos de um tanque no jardim e desejamos ter ou acondicionar em alguma fonte, podemos fazê-lo de forma fácil e simples.

    Um tanque pode ser fabricado com uma lona impermeável e forte (são comercializadas lonas plásticas negras em lojas de material de construção), que se coloca em uma depressão do terreno flanqueada por pedras ou então pode-se adaptar uma fonte de jardim para conter estes preciosos peixes.

    Para adaptar-se a fonte para que seja adequada como tanque, deve-se ter em conta seu tamanho e o volume de água que pode conter.

    Em primeiro lugar, deve manter a água limpa e oxigenada para que os peixes possam desenvolver-se bem.

    Se o tanque é pequeno, com poucos peixes, pode bastar o movimento natural da água. Se o tanque é grande e profundo, é necessário instalar um filtro submerso para tanques (como os da marca Eheim). Se as paredes do interior da fonte apresenta descamações, ou o cimento ou pedra está deteriorado, é recomendável fazer a pintura interna com tinta atóxica para piscinas. Se a fonte é suficientemente grande, pode colocar substrato no fundo (uma boa mistura é areia grossa de rio e quartizita, sete ou mais cm de espessura). Se temos areia podemos plantar nas bordas alguma planta de água fria como a elódea.

    Deve-se plantar formando maciços frondosos e deixar o centro do tanque livre para que os peixes possam nadar livremente. também pode ser utilizado o Musgo de Java, que deve ser preso em alguma pedra usando uma linha fina de nylon até que ele se fixe por si só.

    Os tristemente famosos aquários globo:
    Muitos peixes dourados agonizam e morrem diariamente no mundo dentro destes aparelhos de tortura que são os aquários globo, e outros aquários igualmente pequenos com as mais diversas e pitorescas formas. Nestes recipientes o pobre peixe acaba morrendo inevitavelmente. Os peixes nadam de forma circular em um estado de stress permanente que diminui suas defesas e os faz mais propensos a contrair doenças. Boquejam na superfície para tentar capturar os tênues traços de oxigênio que estão fora do aquário. O oxigênio neste tipo de aquário logo começa a faltar devido à respiração do peixe e só fica na parte superior da água, que é onde, devido à fricção com o ar se dissolve. Os peixes começam a sofrer de estrabismo em seus olhos devido à distorção ótica que é produzida pelo vidro curvo do aquário. Além disso nunca conseguem se adaptar à água, que está sendo sempre trocada com o fatídico cloro, que acaba sendo mortal para este peixe.

    Isto sem falar da má alimentação que é dada, e outros maus tratos e contínuas doenças. É muito raro que algum exemplar consiga sobreviver durante muito tempo. E isto é devido, de forma inevitável, à ignorância das pessoas que pretendem tê-los em seus lares.
    Cuidados especiais:

    Os Carassius seguem sendo considerados como peixes resistentes e "duros" para sua manutenção em cativeiro. Isto é totalmente falso e tem sua origem no fato de que se trata de peixes que vivem em um meio mais frio e portanto, a priori, mais agressivo com os peixes. E por outro lado, que são peixes que se mantém, em muitos casos, em pequenos recipientes, parecendo, e somente parecendo, que vivem felizes por algum tempo.

    Na realidade, os peixes dourados são animais muito delicados, muito mais frágeis que seus parentes de água temperada, de um meio ambiente tropical. A maioria dos peixes tropicais tem necessidades muito menos áusteras  do que as dos peixes dourados. Podem viver com pouco oxigênio na água, a alimentação é mais escassa e podem viver em recipientes menores. Os peixes dourados, pelo contrário, necessitam de altos níveis de oxigenação. Como são habitantes de águas mais frescas seu metabolismo está adaptado a um consumo de oxigênio maior. Quando são mantidos em águas mais cálidas, o consumo de oxigênio dobra a cada 5º C de aumento da temperatura. Desta forma, os Carassius de nosso aquário consomem um volume muito maior de oxigênio que seus companheiros tropicais no aquário.

Especial Kinguios 2

Preparação para a reprodução e precauções:

Os Carassius atingem condições de procriar aos 9 a 11 meses de idade (quer dizer no seu segundo verão). Sua vida sexual pode estender-se até os 6 a 8 anos, sendo o melhor período entre os 3 a 4 anos para o macho e dos 2 a 3 anos para as fêmeas. Sem dúvida isto tem sido questionado por alguns criadores, que tem obtido crias perfeitas com peixes de até 14 anos de idade, argumentando que o que é realmente importante não é a idade do peixe e sim seu estado físico.

A época do ano mais adequada para efetuar a reprodução, é entre agosto e setembro, ou seja, começo da primavera, porém é possível adiantá-la a junho - julho, se se proporciona uma temperatura adequada. O processo se prolonga até fevereiro - março, entretanto é preferível não passar de novembro, para que o desenvolvimento dos alevinos se realize logo, nas melhores condições antes de entrar no próximo inverno. Os elementos desencadeantes do ato sexual são o aumento da intensidade da luz solar e da duração do dia, assim como a elevação da temperatura da água, na primavera.

Os peixes escolhidos para a reprodução, devem ser preparados já desde o outono, submetendo-os a uma forte alimentação prévia, preferentemente com alimentos vivos. Pode optar-se por dar alimentos preparados uma vez e vivos duas vezes ao dia. Dado que os alimentos vivos produzem uma certa constipação, é aconselhável agregar um pouco de agar-agar. Considera-se que o Carassius requer até 16 % do peso do corpo em alimentos ao começar a época da reprodução. Durante os meses de inverno, convém submeter os peixes à temperaturas bem mais baixas, pois a experiência demonstra que a reprodução ocorre logo nas melhores condições.

Deverão ser escolhidos peixes com um corpo de uns 6 cm de comprimento como mínimo, apesar do tamanho não influenciar na qualidade da 1ª cria e sim na quantidade.

Um par de Carassius pode ser colocado, para a reprodução, em um tanque de 60 X 40 X 35 cm, o que representa um volume de aproximadamente 84 litros de água. Não é conveniente o emprego de um aquário maior pois o esperma lançado pelo macho terá que percorrer grandes distâncias para alcançar os ovos e fertilizá-los, já que muitos deles ficariam estéreis. No mínimo deve-se calcular 2 litros de água por peixe.

Condições para a reprodução:
O melhor para induzir a reprodução deste peixe é tê-lo mantido a uma temperatura de uns 20º C durante o inverno e, ao chegar a primavera, ir incrementando a temperatura até os 24º C, que será o suficiente para desencadear o cortejo reprodutivo.

O aquário deve ser de cerca de 80 litros de capacidade, com algumas plantas do tipo da Elódea. A água deve ser bem filtrada e oxigenada e o fundo do aquário revestido com um fundo de granulação grossa (2 a 3 cm) ou então sem nenhum substrato.

A água do aquário de reprodução:

Quanto a qual água usar, é muito recomendável empregar a da chuva, segundo alguns autores, recolhida meia hora depois de haver começado a chover. Desta forma, se eliminam os gases da poluição e o pó do ambiente. De jeito nenhum se utilizará a água que tenha passado por calhas ou canos zincados, pois poderia ter elementos tóxicos.

Pode utilizar-se a água comum da torneira, porém depois de descansar por 48 horas, para que se desprenda o cloro que possa conter. É bom adicionar uma colher de sopa de sal grosso no aquário.

A água velha, ou seja, a água do aquário já bem estabilizado, sem produtos tóxicos, tem demonstrado possuir qualidades muito apreciadas pelos aquaristas, já há muitos anos. Assim, W. C. ALLEE (professor de zoologia da Universidade de Chicago) estabeleceu que os Carassius criados em água previamente habitada por outros peixes, crescem muito melhor.

A altura da água deverá ser de 25 - 30 cm, aproximadamente. Com uma altura maior, os alevinos, ao nascer, não poderiam subir à superfície e ficariam sempre no fundo.

Diariamente deverá ser reposta a água que tenha evaporado, utilizando para isso água destilada, de igual temperatura (ou ligeiramente mais quente). cada semana se trocará uns 20 % do volume do aquário por igual quantidade de água fresca, descansada por 48 horas.

Apesar das grandes vantagens da água parada, a maioria dos aquaristas profissionais utiliza o processo de circulação lenta da água.

A aeração é sempre benéfica, mas não deve ser muito intensa, porque o Carassius não a tolera, devido à inflamação que provoca nos pequenos capilares das brânquias e os problemas respiratórios consequentes.

Alimentação:

Os peixes tem que ser alimentados durante os meses mais frios com uma dieta o mais variada possível. Alimento em flocos ou bolinhas, com alimentos vivos e sobretudo enriquecimento vegetal. Uma mistura de coração de boi, mexilhão e espinafre, tudo cozido e moído e depois congelado pode ser muito adequada. Isto é muito importante porque são peixes que podem adoecer se não tiverem na dieta um complemento vegetal.

Diferenciação sexual:
A diferenciação entre machos e fêmeas não é aparente nestes peixes de uma forma clara. Somente é possível diferenciá-los durante a época do cio.

Macho:
Mostra o orifício genital evaginado, quer dizer, para dentro. Se seu desenho cromático permite, parecem ter pequenas protuberâncias de cor esbranquiçada na zona opercular ou das brânquias.

Fêmea:
O ventre se encontra aumentado pelo acúmulo de ovos, e o orifício genital se apresenta claramente para fora.
Quando chega o final do inverno, é conveniente colocar uma divisória de vidro na metade do tanque, dividindo-o em duas partes, deixando os parceiros separados. Esta divisória não deverá ser colocada muito tarde, pois a presença do macho pode provocar uma desova prematura, em uma época não conveniente.

A iluminação deverá ser fraca, sendo conveniente que o aquário receba os primeiros raios de sol pela manhã.

Se se optar pelo método de "vários machos e uma ou duas fêmeas", então a capacidade do tanque não deverá ser menor do que 100 litros (cerca de 85 X 30 X 40 cm), mantendo sempre uma altura de 30 cm, porque assim se obtém uma maior porcentagem de ovos fertilizados.

Este método de vários machos não deverá ser utilizado, pois não permite determinar qual é o pai de cada exemplar criado. Se se insiste em empregar este método, então é melhor colocar 4 machos e 6 fêmeas se os peixes são jovens. Se se trata de peixes velhos, então o número de fêmeas será reduzido pela metade. Matsubara, em sua famosa monografia sobre a criação de peixes dourados no Japão (1908), recomenda colocar 2 fêmeas e 3 machos. Se se utiliza a técnica massiva (mais de 5 exemplares), então deverá ser colocada 50 % de cada sexo. Calcula-se 20 litros de água para cada exemplar no mínimo.

Cortejo reprodutivo e desova:

Quando a temperatura do ambiente alcança de 20 a 22°C (primavera), se elevará a temperatura do aquário uns 2º C a mais,o que estimulará o interesse sexual. Emprega-se aeração artificial muito suave e mais horas de luz, com a finalidade que os peixes comam mais do que o normal (comida "viva" e vegetais, porém não comida em pó).

A temperatura ótima para a postura tem sido também motivo de polêmica, já que se citam temperaturas entre 10°C e 24°C, com uma média de 16°C. Deve-se levar em conta que a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na água (à medida que aumenta a temperatura) atua retardando a postura.

Quando se nota interesse do macho pela fêmea que está do outro lado da divisória, o que ocorre normalmente 8 dias depois, se retira a divisória nas primeiras horas da manhã e nota-se que o macho começa a perseguir a fêmea, empurrando-a de forma vigorosa para as plantas, golpeando-lhe o ventre com a cabeça. Outras vezes se produzem vários intentos falsos e o verdadeiro acasalamento 2 a 3 dias depois.

Quando começa o cortejo a fêmea fica na parte mais funda do aquário. O macho, tomado de grande excitação empurra a fêmea para a superfície da água onde ela começa a soltar os ovos em pequenos grupos que são rapidamente fertilizados pelo macho e que se fixam nas plantas.

Ocasionalmente, o ardor e a ação são tão intensos que desfiam as barbatanas. É por essa razão que quase todos os criadores deixam o fundo sem substrato já que as bordas afiadas das pedras podem produzir feridas e sua posterior infecção.

Ao entardecer, se baixará a temperatura a uns 22°C e o nível da água a uns 15 cm. A desova terá lugar na manhã seguinte, normalmente finalizando por volta das 8 horas. Raramente o processo se prolonga até o meio dia, consumindo geralmente de 3 a 5 horas.

A desova do Carassius

Geralmente a desova ocorre da seguinte forma: em determinado instante, a fêmea cai no fundo do aquário; então o macho a levanta, leva até a parte superior, as vezes quase fora da água. É nesse preciso instante que a fêmea lançará seus ovos, em sucessivas posturas, que o macho fertilizará imediatamente, lançando sobre eles o esperma. Cada ejaculação da fêmea lança aproximadamente 20 ovos, que ficarão aderidos às plantas.

Aproximadamente depois de uma hora de finalizada a postura, e efetuada a fertilização, deverá retirar os pais (pois caso contrário irão comer os ovos), transferindo-os para outro tanque, onde continuará o processo durante outro lapso igual. Finalizado este, move-se novamente os pais para outro tanque, deixando assim 2 tanques com ovos fertilizados. Dado que o acasalamento produz grandes desgastes de energia é necessário submeter os pais a um período de muito boa alimentação (a mesma usada antes da reprodução).

Em vez de separar os pais, podemos recorrer ao método inverso, ou seja, deixar os reprodutores e retirar as plantas ou material especial que se tenha colocado no aquário, com os ovos aderidos e levá-las para outro tanque, com a temperatura da água ligeiramente mais alta. Este tanque deverá ser preparado com antecedência, de preferência com a mesma água do aquário de reprodução. A altura não deverá ser maior que 25  cm e o volume se calcula à base de 5 ovos por litro como máximo. De nenhuma forma tente separar os ovos das plantas; tampouco é conveniente introduzir outras plantas nem caracóis; tampouco areia ou pedras. O tanque deverá ser colocado em um local com muita iluminação e sem correntes de ar. Este procedimento de retirar os ovos e passá-los para outro tanque, efetuado a intervalos, durante o período da postura, se permite salvar maior quantidade de ovos da voracidade dos pais, não é tão bom como o de transferir os pais. Convém aplicar aeração suave e algumas gotas de azul de metileno, para evitar o ataque de fungos.

Alguns criadores recomendam cortar a cauda do macho, pelo menos 1/3 de seu comprimento. Dessa forma se evita que parte do esperma se perca ao ficar aderido na nadadeira caudal. Esta volta a crescer, alcançando as vezes um comprimento maior do que antes, porém geralmente a parte regenerada fica branca.

Alguns criadores agitam a água com um bastão de vidro, para espalhar o esperma, que dessa forma pode chegar a fecundar os ovos que tenham se espalhado. Porém tal procedimento não é aconselhável.

Você deverá observar bem os ovos, separando, mediante uma pipeta de vidro ou material plástico, aqueles que são de cor branca leitosa, não fecundados, os que caíram no fundo do aquário, onde entrariam rapidamente em decomposição, atacados pelos fungos.

Os ovos fertilizados são cristalinos, os que mostrarem um ponto negro correspondente aos futuros olhos do embrião. Os molhos de fibras de nylon permitem uma melhor conservação dos ovos que as plantas. Para o principiante é um pouco difícil observar os ovos, por isso utilize uma lupa. As vezes será necessário retirar a planta do aquário, com extremo cuidado, para poder observar melhor os ovos.

O processo de desova e posterior fertilização, pode produzir-se várias vezes durante a estação, praticamente cada mês, porém a primeira vez é a mais abundante. Um peixe de 15 cm pode desovar uns 2000 a 5000 ovos em sua primeira primavera, porem geralmente na média não passa de 300 a 600.

Se se pensa obter outra postura durante a mesma estação, terá que separar os pais e juntá-los novamente dentro de 30 dias. Se, apesar de toda a preparação prévia não se produz o acasalamento, então terá que separar os pais e voltar a repetir todo o processo depois de uns dias de repouso e boa alimentação.

Eclosão:
Depois do terceiro ou quarto dia da postura, e dependendo da temperatura da água, haverá a eclosão dos ovos e nascerão os alevinos.

Permanecem aderidos às paredes do aquário e às folhas das plantas, e durante o período que se alimentam exclusivamente do saco vitelino não se afastam destas zonas do aquário.

Alimentação dos alevinos:
Recém nascidos, os pequenos alevinos se alimentam de forma endógena exclusivamente das substâncias do saco vitelino. Depois de absorvê-lo começam a buscar alimentos externos. Podemos colocar baldes no quintal, expostos ao sol, até que a água fique verde, cheia de algas e outros microorganismos, e é essa a primeira comida que é dada aos filhotes.

Depois de 2 semanas podem aceitar presas maiores e devem ser dados náuplios de artêmia salina e gema de ovo cozida e finamente moída. Um mês depois, os jovens peixes podem comer os mesmos alimentos dos pais, finamente moído.

Algumas variedades de Kinguios desenvolvidas por seleção:

Espécimes exóticos:


Pompom vermelho
Oranda chocolate

Olhos de bolha
Dourado e branco


Telescópio
Negro dourado

Cabeça de leão
Calico


Hamaniskiki
Vermelho e branco